Depois de ser gozado pelo post Poliglota, resolvi contar aqui um fato real de verdade que aconteceu mesmo com o nosso famoso Carlos Gomes – é, o das óperas. Um monoglota renitente, depois de adquirir certa reputação internacional foi convidado a se apresentar regendo a Filarmônica de Nova York. Foi, mas foi com um pé atrás: não falava nada de inglês. Mas lhe deram aquela cantilena de música ser “língua universal”, etc., e ele acabou aceitando. Saiu daqui com alguns conselhos e duas frases que um amigo garantiu que seriam suficientes: já que ia se apresentar num dia e voltar no outro, e só ficaria sozinho no hotel e no palco, bastaria decorar “fried eggs, please”, "ovos fritos, por favor", que era o seu café da manhã normal, e “Thank you, thank you” para agradecer os aplausos no final da apresentação.
Com isso na cabeça, chega ao Metropolitan de Nova York, faz uma esplêndida apresentação e é ovacionado por vários minutos, de pé – levado pela emoção do momento, aplaudido de pé num dos palcos mais prestigiados do mundo, dirige-se comovido à platéia: “Fried eggs! Fried eggs!”.
No dia seguinte é manchete do New York Times: “Brasileiro excêntrico encanta platéia no Metropolitan”...
Entrelinhas, entremontes
Há um ano
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