30 de ago. de 2009

Dinossauros

Mais um passo da ciência em direção ao nonsense: alguns cientistas querem ativar alguns genes adormecidos das galinhas e despertar seu "dinossauro interior". O processo evolutivo fez com que alguns dinossauros bípedes resistissem à extinção, e traços dessas antigas formas encontram-se ainda no DNA das galinhas atuais. Fica cada vez mais difícil para os magos eclesiais continuar com a teoria de que somos trainees de anjos ou tocadores de harpa: até hoje, a única explicação razoável que dão para os dinossauros é que foram extintos porque não cabiam na Arca de Noé - um pequeno erro no design divino, como o Maranhão.
Mas evoluímos lentamente nessa área: os primeiros fósseis de dinossauros eram exibidos como prova da existência de dragões! A credulidade humana às vezes beira o ridículo absoluto - basta lembrar que uma boa parte da humanidade ainda acredita que uma baleia engoliu um homem, que continuou vivo e bem, tendo como único problema um certo atraso nos compromissos assumidos... é incrível que, ao invés de aceitar isso como uma alegoria óbvia, perdem o tempo deles e nosso tentando provar que não era uma baleia - era um "grande peixe"! Mostra um grande peixe aí que consegue engolir algo maior que um poodle - ou, vá lá, um rato, desde que ele continue vivo na barriga dele. Só não perco de vez a paciência com esses argumentos patéticos porque dão sempre um ótimo material de humor.
Mas os comerciantes da vida eterna não estão sozinhos nos erros de interpretação: acreditou-se, durante muito tempo, que os lemmings, pequenos roedores nórdicos, cometiam suicídio coletivo como forma de preservação da espécie. E, de fato, existem vários casos documentados e filmados desses roedores se lançando de fiordes e penhascos. O fato - lemmings penhasco abaixo - recebeu a explicação racional de que a natureza tinha achado uma solução radical para a superpopulação. E essa crença estabeleceu-se - temos desenhos animados e jogos de computador, além de metáforas em penca, baseados nela. Hoje sabe-se que o que acontece é uma espécie de "estouro de manada", onde, devido à superpopulação e à geografia da região, alguns pobres roedores acabam empurrados penhasco abaixo - contra a vontade. Infelizmente, esse conhecimento chegou tarde demais para algumas dezenas de lemmings "suicidados" pela Disney: a companhia estava fazendo um filme sobre eles, e resolveu reproduzir o tal suicídio coletivo, forçando os pobres roedores a pular de um "penhasco cenográfico" nos Estados Unidos - e os realizadores ainda ficaram intrigados com a resistência dos bichinhos...
Um relincho vale por mil silogismos

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