6 de out. de 2009

Gramática

A nossa gramática enche o saco. Normativa, não é rápida o suficiente pra se adaptar à lingua, de que devia ser apêndice, mas se pretende guia, senhora e mestra. E os gramáticos demoram a dar o braço a torcer, que ao invés de uma espécie de antropólogos da língua se pretendem generais das letras. O Stephen Fry diz que não há má gramática, só má sintaxe, e está certíssimo. Como tudo o mais no Brasil e seus congêneres íberos, tudo tem que ser regulado - a nossa gramática é uma espécie de cartório da língua. A reforma ortográfica não vai ajudar em nada nisso, uma vez que é muito mais pra português ver. O dia a dia, as contrações, invenções, adaptações e maneirismos ficam de fora, uma pena - espero chegar um dia em que a ênfase esteja não em escrever corretamente (segundo princípios arcanos), mas escrever bem. Um manifesto:

"O usuário deve usar a ortografia com total liberdade e mesmo rebeldia. Quanto à gramática, deve ser rejeitada qualquer uma imposta pelos gramáticos. Nenhuma língua morreu por falta de gramáticos. Algumas estagnaram por ausência de escritores. Nenhuma sobreviveu sem povo."
Millôr

Um comentário:

Gentil disse...

Oi Max,
falando em escritura, te recomendo uns novos textos do meu amigo Austro, em: http://austro.com/literatura-existencial/
Abraço!