2 de set. de 2008

Fazendo pessoas

Ganhei de presente de aniversário da minha irmã um livro de experiências filosóficas - coisas como inventar uma pessoa, se imaginar invisível, ouvir a própria voz. A maior parte experiências de estranhamento e deslocamento que são muito comuns no zen, especialmente na escola Rinzai. Combinamos de escrever sobre as experiências, mas ainda não vou começar; é que quando li sobre uma das experiências, a de inventar uma nova pessoa, relacionei imediatamente com filhos: minha irmã está grávida, a Lôra e o Helder acabaram de ter o Breno, Michael está de herdeira nova; Seinfeld dizia que ser pai traz uma sensação de poder, de olhar de cima pra baixo para o resto dos mortais e dizer "EU sei fazer as minhas próprias pessoas"...
Aí, domingo fui buscar uma amiga que estava fazendo concurso na UFMG, e sentei debaixo de uma árvore pra tomar sol, de olhos fechados – veio um porcariinha de dois anos e sentou no meu colo! E a irmã com asas, acho que da primeira comunhão ou algo assim: peguei o mocinho e fiz avião com ele. Ah, pra quê: vieram TODOS os meninos que estavam lá pra eu “ensinar a voar”. Deu vontade de roubar um pra mim e sair correndo. Ontem fui ver o Forrest Gump de novo, adoro aquelas cenas finais com o mininim dele. Acho que eu é que vou começar a pensar em fazer minhas próprias pessoas - daqui a uns anos, acho, quando tiver tempo de passar boa parte do dia brincando e contando histórias, que vou aproveitar pra ter infância de novo.

Abaixo, mais um trecho do 50 not Out, do Stephen Fry - pulei três outras partes porque os jogos linguísticos ainda estão me esquentando a cabeça.

4 comentários:

Tati disse...

Bunitim abrir os braços prus meninin, num mundo tão assustado com responsabilidades... Parabéns titio!

Max disse...

Num é? Mas moça, depois da gravidez de Debi, fiquei assustando com o tanto de trem que eu não sei: desde como é que o girinim vira feijão e vai crescendo, o tipo de berço, de carrinho, a alimentação... Debi já está olhando escola! E eu estava só na parte "kamasútrica", falta muuuuito ainda... rs

Anônimo disse...

Hahahahaha! Cecéu, tô morrendo de rir da ligação entre criar outras vidas e fazer suas próprias pessoas. Em minha defesa sobre a escola: entramos para uma lista de espera!!! Dá para acreditar?

Anônimo disse...

Max,
depois de uma década ouvindo o Zeca Baleiro cantar "por onde andará Stephen Fry", e sem nunca saber quem era o cara, acabei encontrando ele aqui! Muito obrigado por desvendar este mistério, que para mim já tinha virado uma lenda urbana!
Abração!