30 de abr. de 2009

Erros


Nada é certo nesse mundo - a não ser o telefone tocar quando você está sozinho em casa e acabou de sentar no vaso.
Millôr
Pois é, algumas certezas, mais umas, que se vão: incrível como alguns pré-conceitos ou saberes firmam alicerces sólidos em nós e nunca mais os contestamos. A minha vontade é esvaziar o cérebro e sair catalogando o que é válido e o que não é, pra deixar entrar de novo na cabeça só o que for (re)validado. Pois assistindo ao QI -Quite Interesting, um programa de perguntas e respostas da BBC (cujo mote é de fazer perguntas impossíveis e premiar respostas criativas ao invés das corretas, já que as perguntas seriam "impossíveis"), fui pego de surpresa com duas perguntas - primeira: quantas ovelhas embarcaram na Arca de Noé? Dããã, duas, óbvio. E, obviamente, errado: a Bíblia diz que dos animais puros embarcariam sete pares, e dos impuros, um par. Ovelha era bicho puro, portanto, embarcaram catorze. E conferi: Gênesis 7:2 e 7:8-9, tá lá. Putz, mas não era um casal de todo mundo, eu li a peste do livro umas 3 vezes na adolescência, nunca prestei atenção nisso. Mas até ler Dostoievski, nunca tinha notado que Deus fez o dia e a noite no primeiro dia e só fez o sol no quarto dia, o que torna a invenção da lanterna bem anterior do que o convencionalmente aceito. Ah, a segunda pergunta me pegou ainda mais de surpresa: qual a forma que a maioria das pessoas na Idade Média achava que a Terra tinha? Fiquei em dúvida entre chata e plana, que dá no mesmo. Errado: REDONDA! Redonda?! Mas e a história do Colombo com a laranja ou sei lá que diabo de fruta? E os livros sobre os monstros no fim do mundo? Corri pra Wikipédia e está lá: a teoria da Terra chata é um dos erros comuns listados pela Historical Association of Britain, o segundo de 50 erros mais comuns cometidos quando se fala de história. Acredita-se que a crença de que as pessoas acreditavam em uma Terra chata tenha entrado na imaginação popular a partir do livro Vida e Viagens de Cristóvão Colombo, de Washington Irving, publicado em 1828. Aceita-se hoje em dia que nenhuma pessoa educada a partir do terceiro século depois de Cristo acreditasse nisso... putz, me pegou. Fico imaginando quanta coisa mais, dentre as milhares de inutilidades que conheço, são falsas ou ultrapassadas. Mas achei incrível descobrir isso, fiquei atônito. Alguém sabe de algum desses conhecimentos aceitos e consagrados que são tão falsos quanto esses (tirando a teoria de que a Luana Piovani existe de verdade)?

2 comentários:

Gentil disse...

Max,
tem um mais óbvio mas que ninguém nem percebe: dizem as igrejas cristâs que Jesus ressuscitou no terceiro dia (lembra: "foi crucificado, morto, sepultado, ressuscitou no terceiro dia e está sentado à direita do Pai...").
Isso porque esse pessoal não sabe contar.
Vamos lá: Jesus foi crucificado e segundo a lenda, ou a versão das igrejas, morto e sepultado na Sexta Feira Santa, à tarde, quando o tempo fechou!
Contemos então: sábado à tarde, completa um dia do acontecido; domingo à tarde completaria 2 DIAS do acontecido.
Como DOMINGO DE MANHÃ descobriram que o túmulo JÁ estava vazio, temos CERTEZA que Jesus ficou no túmulo NO MÁXIMO 1 dia e meio.
Imagina o juízo de quem não sabe contar NEM ATÉ TRÊS, e ainda inventa uma conta dessas que já dura mais de dois mil anos!
E bilhões acreditam, sem nem lembrar de usar os dedos da mão pra contar, como eu aprendi no interior.
Não é pra derreter o cérebro do vivente?
Não por nada no tal domingo de manhã, está lá na Bíblia, como você leu, que Caifaz e Pilatos estavam em pânico absoluto (Judas já devia estar com a corda no pescoço numa hora dessas), pois quem estava guardando a porta do sepulcro eram os melhores soldados romanos da Judéia. E aí? Só podiam fazer conta errada! Enquanto isso, Jesus reuniu-se com os apóstolos, combinou com eles de se encontrarem uma semana depois, e partiu pra Galiléia tranquilíssimo, com seus ex-algozes totalmente cagados e paralisados.
Não por nada Pilatos se suicidou poucos anos depois, afinal, ele ia dizer o que para Tibério, além de ter mandado crucificar alguém em quem ele não encontrou nenhuma falha e que se levantou e foi embora sem ninguém a impedi-lo?

Max disse...

Junim, acho que isso prova que Jesus pelo menos se considerava filho de Deus: ao invés de hora corrida, ele considerava a permanência dele aqui na terra em DIÁRIAS! Igual deputado: morreu na sexta, uma diária, sábado outra, domingo a terceira... e olha que nem esperou meio-dia de domingo pra cobrar outra!