5 de mai. de 2009

Amigos

Sempre-encontráveis: o Rosa cria essa expressão no conto Minha Gente, do Sagarana. Os amigos com quem a gente sempre se encontra, ou são destinados a se encontrarem com a gente, vida afora. Tenho alguns amigos assim - dois, três, cinco anos sem a gente se ver, de repente aparecem e conversam como se tivéssemos nos visto ontem. Adoro isso, parece que um faz parte da vida do outro, sem maiores necessidades de conversas, explicações, nada. Só a amizade mesmo, daquelas amizades onde a gente pode fazer silêncio nela, sabem? Acho que todos têm isso, pra mim é a suprema intimidade: quando a gente senta ao lado de alguém e pode ficar um tempão lá, sem conversar, sem falar nada, e ainda se sentir em casa, o silêncio não traz nenhum incômodo, somente a sensação de se estar fazendo "uso pleno" do sentido de amizade...

No conto:
"- E quando você aparece? Por estes dias?
- Impossível. Tenho uma enfiada de escolas por visitar, e devo tomar o trem muito longe daqui. Até outra vez!...
E Santana toca, na mesma andadura, sem se voltar. Mas tornarei a vê-lo, sei. E é graças aos encontros inesperados dos velhos amigos que o mundo é pequeno e, como sala-de-espera, ótimo, facílimo de se aturar..."
Né não, Fravim? Beto-duende? Gesão? Betíferus? Ganso?
Uma música linda do Elomar, Chula no Terreiro (clique para baixar), onde ele pergunta no refrão: Mas cadê meus cumpanhêro, cadê...

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo isso, Max. Conheço bem essa sensação: depois de ter ficado anos fora, o reencontro com meus grandes amigos foi como se nunca houvesse existido as distancias de tempo e lugar entre nós...