7 de out. de 2008

William S. Burroughs

William Seward Burroughs II (5 de fevereiro de 1914 – 2 de agosto de 1997) foi um escritor, pintor e crítico social nascido nos Estados Unidos. A sua obra mais conhecida é Almoço Nu (Naked Lunch). Grande parte de sua obra, de atmosfera fantástica e grotesca, tem caráter autobiográfico. Apesar de fazer parte da chamada geração beat, seus livros têm pouco em comum com o restante desses autores, já que a linguagem utilizada provém de fluxos de consciência durante o uso de alucinógenos. Nesse documentário da TV francesa, essa característica é aproveitada, fazendo uma mistura de trechos biográficos com um fluxo imagético que replica a não linearidade dos textos/fluxos de consciência.



Geração Beat (Beat generation em inglês) é um termo usado tanto para descrever um grupo de escritores americanos,que vieram a se tornar conhecidos no final da década de 1950 e no começo da década de 1960, quanto ao fenômeno cultural que eles descreveram e inspiraram - esses escritores foram posteriormente chamados beatniks. As principais obras da geração Beat na literatura são Howl (1956) de Allen Ginsberg, Naked Lunch (1959) de William S. Burroughs e On the road (1957) de Jack Kerouac. On the road transformou o amigo de Kerouac, Neal Cassady, em um herói dos jovens. Os membros da Geração Beat rapidamente desenvolveram uma reputação como os novos boêmios hedonistas que celebravam a não-conformidade e a criatividade espontânea. O adjetivo beat, do inglês, tinha as conotações de cansado, batido ou superado, mas quando usado por Kerouac esse também incluía as paradoxais conotações de "upbeat", "beatific", e a associação musical de ser "na batida".
Os escritores Beat davam enfâse em um engajamento visceral em experiências com as palavras combinadas com a busca por um entendimento espiritual mais profundo (muitos deles desenvolveram interesse pelo Budismo, por exemplo). Ecos da Geração Beat podem ser vistos em muitas outras subculturas, como hippies, punks, etc.




Homossexual depois da morte acidental da esposa, Burroughs foi um dos pioneiros da literatura experimental, tanto no universo léxico escatológico, urbano, comum e absurdo como no consumo de drogas para produção subjetiva de textos - a transição caótica das imagens do documentário, entremeados de textos do Burroughs, traz um pouco dessa atmosfera beat, meio pós-tudo. Em 96, com 82 anos e tendo usado drogas por mais de 50 anos, com um histórico de desregramento atravessando o século, perguntaram pra ele como ele se sentia - e ele: "Se eu soubesse que eu ia viver tanto, teria me cuidado melhor".



E, depois de tudo isso dito, vale também relembrar uma frase do Truman Capote, quando foi apresentado à então incipiente literatura beat: "isso não é escrever, isso é datilografar"!

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