13 de jan. de 2009

Guernica Palestina


       No século II d.c., Trajano, então imperador romano, disse que preferia deixar escapar mil criminosos a punir um inocente - na prática ele não era tão leniente... Seu sucessor, Adriano, um dos grandes homens da antiguidade, tentou restaurar Jerusalém, reerguer o templo, irrigar as terras, etc. Mas queria uma cidade cosmopolita e um templo com espaço para vários deuses, usava nas legiões estandartes com figuras de águias, javalis, etc. Os judeus repetidamente sabotavam suas obras e partiram para uma revolta aberta - sua religião não permitia a coexistência com outras religiões ou deuses impuros. Adriano tomou uma medida drástica: depois de banhar a Palestina em sangue, expulsou todos os judeus da região. Numa exposição recente no British Museum, Adriano é mostrado em várias facetas, como construtor, arquiteto, legislador, lembrado em várias partes da Europa, da África e da Ásia como um grande realizador - e pelos judeus com uma maldição: "Adriano, que seus ossos apodreçam no inferno".
       Durante a Idade Média, curiosamente, os muçulmanos foram os grandes guardiães da tradição ocidental, pois preservaram (e desenvolveram) o conhecimento das ciências, filosofias e histórias desde os gregos, produziram seu próprio corpo de conhecimento, seus poetas, seus matemáticos, físicos, astrônomos... até serem engolidos pelo fundamentalismo e obscurantismo.
       Duas culturas marcadas pelo fanatismo e pelo obscurantismo - olho por olho, etc. Deviam deixar Hamurábi de lado e olhar os próprios livros santos. Se não, pelo menos as próprias leis.

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