18 de fev. de 2009

Claustrofobia

Em Salinas. Primeira escola de informática da cidade - depois viria escola de inglês, uma rádio FM... trabalhando o que pareciam ser dezenas de horas por dia. Dezenas de alunos. Sentimento de esmagamento, de claustrofobia, de absoluta falta de gente coexistível. Depois, à noite, buteco. O amigo escutava, entre sério e compreensivo (era da cidade, gostava de lá, nunca tinha saído, e nem queria sair):
- O problema é não ter mais nada pra fazer... a gente devia fazer uma revolução nessa cidade!
- oumhh... (barulho de concordância inconclusiva)
- Do jeito que isso aqui está, eu vou começar a ficar tonto com a rotação dos pastos. Meu deus, é o próprio retrato da "vida besta" do Drummond!
Agora o amigo está balançando a cabeça, com o braço pra cima tentando chamar a atenção de um garçom enquanto olha passar uma moça de minissaia, rabo de olho.
- Preciso de desafios, de fazer alguma coisa que eu goste de fazer de verdade, escrever, sei lá. Preciso criar, criar!, criar, entende?
E o amigo, no encerramento definitivo da conversa:
- Que tal piriquito? Não dá trabalho nenhum...

* Idéia roubada de Angeli. E sei que priquito é com "e".

3 comentários:

muriloha disse...

Rsrsrs!!!! Ótima !!!

muriloha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ótimo... consolador...tenho criado tanta coisa besta ultimamente, 50 sapatinhos para uma loja de Tiradentes, mandalas, peças decorativas com os restos do dia a dia, metodologia de aula para o CAPs (ops...é lugar de gente doida meeeeeeesmo) e dois cachorros inúteis que me dão um trabalho danado! Nunca pensei em piriquito...rsrsrsrrsrsrsrs