Estou escrevendo uma espécie de roteiro para uma aula de história, uma vídeo aula, na verdade. A intenção inicial era colocar muito material que tenho e que acho que facilitaria o aprendizado, ou no mínimo tornaria a aula mais interessante; e usar a primeira pessoa, uma aula “autoral”, por assim dizer. Todas as aulas são opinativas, meio dúvidas apócrifas de Marianne Moore, do maister João Cabral – mas isso fica encoberto pelo discurso acadêmico. Além disso, poder usar palavrões, falar de sexo sem moralismos - como falar da colonização brasileira sem falar das vergonhas saradinhas e a transação geral que foi essa linha de baixo do equador no início (início?! ha, ha, ha) da colonização? Nossa historiografia tende a ser marxista, mas o imenso personalismo dos nossos atores históricos impede ou aleija esse raciocínio; esses mesmos atores não prestam para “mitos fundadores”, pois são na maioria canalhas consumados. E daí tome maquiagem pra transformar um Caxias ou um Dom Pedro em grandes homens... a boa e saudável verdade é que nossos pais fundadores (hmpf...) eram grandessíssimos filhos da puta, e construíram o país a ego e fogo. No máximo eram representantes extremados de suas classes, e no mínimo exploradores coniventes da situação social. A nossa unidade geográfica deve muito a uma vontade férrea de dominação e de exploração – e não há nada de errado nisso, essa vontade demiúrgica existiu em todos os países. O que não existiu aqui foi um contraponto da sociedade para direcionar ou limitar essas vontades e poderes, ou elites numericamente relevantes que fossem obrigadas a um projeto minimamente racional de poder. Bom, a minha tentativa será falar sem moralismos e maquiagens da minha visão da história, dando espaço a opiniões divergentes e metendo o pau em um tanto de coisa. Talvez saia um nada ou quase uma arte... a ver.
6 de out. de 2007
2 de out. de 2007
Dia nacional do desdém - lançamento
Primeiro, livre a mente das impurezas e concentre-se; fique em posição de lótus, voltado para Brasília (é fácil de localizar, é de onde vem o fedor). Depois, devagar, inspire, retenha a respiração tanto quanto possível, e, ao exalar, mantenha o foco única e exclusivamente no desprezo completo e absoluto que você devota ao governo e às “diversas esferas do poder público”, e faça um bom e sonoro “hmpf”, produzindo o melhor som de desdém que conseguir. Já pensei em lançar um livro, “Brasileiro: a arte de sobreviver apesar do governo”, mas se o Brasil nunca foi para principiantes, Lula & sequazes não precisavam transformá-lo numa espécie de arte marcial. Aliás, o governo atual, fruto doentio do cruzamento do sonho esquerdista da Era de Aquarius com o “sindicalismo de resultados”, lembra aquele caso do Brejnev: o Brejnev assume o poder na URSS, e leva a mãe para mostrar, orgulhosíssimo, a sua nova dacha, seus carros, mansões, mordomias – e a mãe, com uma ponta de medo: “mas meu filho, e se os comunistas voltarem?”...
Abaixo uma idéia pra camiseta, numa homenagem conjunta ao Henfil e ao Teotônio: