13 de set. de 2009

Exército

Gibbon, historiador inglês, usava a etimologia para expressar sua admiração pelos romanos: segundo ele, a disciplina militar entre eles era tão forte que até a palavra que usavam para designar "exército" tem sua raiz na palavra "exercício", sendo que o derramamento de sangue era a única coisa que diferenciava o treinamento militar diário de uma batalha de verdade, de resto tão exigente e desgastante quanto. Por aqui, o Exército vai na direção contrária, adotando o regime de trabalho parlamentar. Já não vão trabalhar na segunda e na sexta. O motivo é ligeiramente parecido, de raiz etimológica alimentar: se dos parlamentares é a "boquinha", no Exército falta é comida mesmo. Com o serviço militar obrigatório, e mesmo dispensando boa parte dos candidatos em idade própria, o contingente brasileiro chega a quase duzentas mil pessoas.
Quem sabe não fazemos uma invasão preventiva à Argentina - sem armas, só paralisando o trânsito com as filas nas portas das churrascarias? Ou então usamos a semelhança com o regime parlamentar de trabalho e encampamos os políticos como arma estratégica do Exército: imagina jogar um Sarney no sistema parlamentar dos outros! Em pouco tempo, estaríamos prontos para a invasão: com a corrupção generalizada, o outro país não teria mais dinheiro pra modernizar suas Forças Armadas, nem pagar seus salários ou comprar comida (peraí...); em pouco tempo, o ministério da Defesa estaria tomado por sobrinhos, netos, primos... os generais ligariam para o Comando Central e a mensagem seria: "O tio do sobrinho do cunhado da empregada maranhense está de férias com dinheiro público numa universidade estrangeira. Ligue de novo em 6 meses." Fácil, fácil. Se bem que, pensando nisso, e apesar do Brasil não estar em guerra, fica uma pergunta: QUEM FOI QUE JOGOU O SARNEY NA GENTE?

2 comentários:

curicho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
curicho disse...

a gente mesmo... subproduto do coronelismo e patriarcalismo... será q a gente muda essa história de acomodação? quando a gente acha q quase estava indo, aparece o mensalão, petrobraço, etc... e o que poderia ser uma ajuda, o bolsa-família, está fazendo um monte de pessoas recusar requalificação...
ai, por q é tao bom mamar nas tetas do governo??