A nossa gramática enche o saco. Normativa, não é rápida o suficiente pra se adaptar à lingua, de que devia ser apêndice, mas se pretende guia, senhora e mestra. E os gramáticos demoram a dar o braço a torcer, que ao invés de uma espécie de antropólogos da língua se pretendem generais das letras. O Stephen Fry diz que não há má gramática, só má sintaxe, e está certíssimo. Como tudo o mais no Brasil e seus congêneres íberos, tudo tem que ser regulado - a nossa gramática é uma espécie de cartório da língua. A reforma ortográfica não vai ajudar em nada nisso, uma vez que é muito mais pra português ver. O dia a dia, as contrações, invenções, adaptações e maneirismos ficam de fora, uma pena - espero chegar um dia em que a ênfase esteja não em escrever corretamente (segundo princípios arcanos), mas escrever bem. Um manifesto:
"O usuário deve usar a ortografia com total liberdade e mesmo rebeldia. Quanto à gramática, deve ser rejeitada qualquer uma imposta pelos gramáticos. Nenhuma língua morreu por falta de gramáticos. Algumas estagnaram por ausência de escritores. Nenhuma sobreviveu sem povo."
Millôr
Entrelinhas, entremontes
Há um ano
Um comentário:
Oi Max,
falando em escritura, te recomendo uns novos textos do meu amigo Austro, em: http://austro.com/literatura-existencial/
Abraço!
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