Em Salinas. Primeira escola de informática da cidade - depois viria escola de inglês, uma rádio FM... trabalhando o que pareciam ser dezenas de horas por dia. Dezenas de alunos. Sentimento de esmagamento, de claustrofobia, de absoluta falta de gente coexistível. Depois, à noite, buteco. O amigo escutava, entre sério e compreensivo (era da cidade, gostava de lá, nunca tinha saído, e nem queria sair):
- O problema é não ter mais nada pra fazer... a gente devia fazer uma revolução nessa cidade!
- oumhh... (barulho de concordância inconclusiva)
- Do jeito que isso aqui está, eu vou começar a ficar tonto com a rotação dos pastos. Meu deus, é o próprio retrato da "vida besta" do Drummond!
Agora o amigo está balançando a cabeça, com o braço pra cima tentando chamar a atenção de um garçom enquanto olha passar uma moça de minissaia, rabo de olho.
- Preciso de desafios, de fazer alguma coisa que eu goste de fazer de verdade, escrever, sei lá. Preciso criar, criar!, criar, entende?
E o amigo, no encerramento definitivo da conversa:
- Que tal piriquito? Não dá trabalho nenhum...
* Idéia roubada de Angeli. E sei que priquito é com "e".
Entrelinhas, entremontes
Há um ano
3 comentários:
Rsrsrs!!!! Ótima !!!
Ótimo... consolador...tenho criado tanta coisa besta ultimamente, 50 sapatinhos para uma loja de Tiradentes, mandalas, peças decorativas com os restos do dia a dia, metodologia de aula para o CAPs (ops...é lugar de gente doida meeeeeeesmo) e dois cachorros inúteis que me dão um trabalho danado! Nunca pensei em piriquito...rsrsrsrrsrsrsrs
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